[Migraciones #47] Todos os bilhões de pessoas que existem no mundo
Sobre um projeto que durou menos do que deveria
Há muitos anos, naquela época em que o Tumblr era a última tendência da internet criamos, eu e meus parceiros de blog, uma página para compartilhar fotos de pessoas que vimos na estrada.
Por volta daqueles dias, o mundo acabava de contar 7 bilhões de pessoas e, por esse motivo, batizamos nosso pequeno projeto paralelo de 7 billion lives. Os posts — que não passaram de algumas dezenas, diga-se de passagem — consistiam apenas de fotos, sem legenda, mas, quando colocados em conjunto, ajudavam a ter uma pequena dimensão da imensa diversidade humana presente mundo afora. Ou assim esperávamos.
De todos os aprendizados que as viagens nos proporcionam, o fator gente sempre foi o que mais me motivou a cair na estrada.
Parafraseando Benito, não tiro mais tantas fotos quanto deveria. Com essa de ter que gravar vídeo em múltiplos formatos para manter minhas redes funcionando, os cliques ficaram para trás.
Sem minha cybershot com zoom de qualidade duvidosa que chegava a 15x, eu também não consigo mais ter a invisibilidade que tive para capturar o espontâneo naquela volta ao mundo. Hoje em dia sou mais modelo que fotografa. Não que eu ame essa mudança de foco.
Sinto falta desses dias em que eu viajava pra observar os outros. Na internet dos textos, eu podia viver primeiro, processar no meu tempo e só contar depois, numa crônica que muitas vezes levava meses pra sair, publicada num layout feioso do blogspot.
Com os vídeos, tudo é diferente. A viagem ainda nem começou e já preciso ter em mente ao menos uma ideia do que vai ser o vlog. E, já sabendo o que vou procurar, só encontro aquilo mesmo. Chato.
E pior: se perco o registro em vídeo, perdi a viagem. Não literalmente, óbvio, porque ainda consigo vive o presente, coisa e tal. Mas para a minha versão CNPJ, eu perdi. No meu trabalho, se não há imagem, pouco importa se eu estive ali.
Mas talvez, o que resta, é guardar essas cenas. Esses dias me lembrei desse projeto que mesmo que curto, foi muito querido, e senti de compartilhar com vocês.
Aqui embaixo selecionei algumas fotos que foram publicadas nele. A câmera não era das melhores, mas acho que foi nessa viagem que comecei a exercitar o olhar.
Sobre a Autora:
Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens no meu canal no Youtube e no até lá no Tik Tok. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Dá pra saber mais do meu trabalho clicando aqui.
Últimos vídeos no canal
Um vlog de Ilhabela, para não passar batido!
Se a gente se encontrasse para um café…
Se a gente pudesse sentar para um café, essas são as coisas que eu te contaria:
… que estou passando por um momento super complicado na minha carreira, muito por culpa da AI e das mudanças no Google, que derrubaram a audiência e o faturamento do 360meridianos, como eu expliquei nesse vídeo aqui.
… que, numa dessas tentativas de me reinventar na internet, comecei discretamente sem fazer qualquer alarde nas redes sociais, outro canal no Youtube do ZERO, pra falar sobre produção de conteúdo e economia criativa. E que iria adorar se você me acompanhasse por lá também.
… que estou empolgada com a minha próxima viagem para Miami e Chicago, no meio do ano. Quem sabe você teria alguma dica pra me passar?
… que eu estou amando passar um tempo maior no Rio e tentei alugar um apartamento aqui por pelo menos 6 meses, mas é basicamente impossível achar um bom lugar por um preço razoável, então terei que ir para São Paulo enquanto minha casa em BH passa por reformas.
👉🏼 E você? O que você me contaria se me encontrasse para um café?
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Nos vemos na próxima,
Até lá!
Que ao ler "numa dessas tentativas de me reinventar" doeu imaginar um crescente desencontro com essa pessoa incrível que me parece que você é. Seria fantástico ver você Ser. Não acho possível se inventar algo mais maravilhoso
Adorei o relato Nath!